O que os primeiros testemunhos disseram é que ele continuava
vivo, de outra forma. De facto ninguém viu o momento da ressurreição de Jesus.
O que aconteceu foi que muitas pessoas contaram que tinham visto Jesus
ressuscitado. Portanto, trata-se de uma questão de testemunho ao qual se dá
crédito ou não.
O medo que os discípulos sentiam desapareceu quando Jesus
Ressuscitado se apresentou no meio deles e uma alegria imensa inundou-os. Esta
alegria nunca mais seria perdida mesmo nos tempos de perseguição e martírio.
Há um jornalista francês, Jacques Duquesne, que trabalhou
muito a questão religiosa e que escreve: "A história não poderá dizer se
Jesus está vivo, ou se, pelo contrário, morreu para sempre no dia 7 de Abril do
ano 30. O que se pode dizer, porém, é que se passou alguma coisa naqueles dias.
Um acontecimento que, abalando aqueles homens e aquelas mulheres, abalou o
mundo."
De facto, não sabendo exactamente o que se passou, sabemos
que se passou alguma coisa de tão extraordinário que aquelas mulheres,
primeiro, depois os homens, ficaram, de facto, abalados nos seus alicerces, na
sua forma de estar, que era de resignação desde há dias.
Obviamente não é fácil acreditar nisto, sendo algo de
difícil aceitação à luz do que é a racionalidade simples. Obviamente há que dar
um passo e esse passo só a Fé o pode dar. Mas o que é facto é que esse passo
tem um alicerce nesses testemunhos, nessa gente que viu alguma coisa que as
abalou.
Penso que esse testemunho – de adesão a uma palavra, a uma
pessoa, a uma forma de viver – é o grande testemunho da ressurreição. Se não é
fácil acreditar na ressurreição, também não é fácil aderir a esse testemunho,
mas ele é sem dúvida a exigência maior do Cristianismo e da fé em Jesus.
(António Marujo, 53 anos. Jornalista e escritor)Domingo de Páscoa, 20abril2014
imagens abaixo: Procissão de Jesus Ressuscitado em Ourém-Castelo e repetição da sessão musical apresentada no dia 30mar2014, na reabertura do Bar ACROM remodelado: